Teste do Banquinho
O valor do cumprimentado, por exemplo. O ideal seria criar uma tabela. Pode ser por valor do veículo do cumprimentado ou pela importância do mesmo. Um prefeito valeria mais do que um office-boy, mesmo que a pé. Claro que polêmicas surgirão, como em qualquer jogo. O que vale mais, um cirurgião-dentista ou um delegado? Um professor vale mais do que um sargento? Sugiro que estas difíceis decisões sejam tomadas pelo Grande Juiz, o dono do bar. Enquanto se decide, desce duas bem geladas...
Tipo de aceno também deve ser motivo de maior ou menor pontuação. Obviamente que uma leve queda da cabeça vale menos que uma levantada de mão (ainda mais se acompanhada da levantada da cabeça). Um “opa” vale muito menos do que um “boa tarde, como é que vai”. Agora, parou para conversar, não tem pontuação extra, portanto nem dê muita bola.
O requisito para uma boa competição é a necessidade de que os outros participantes fiquem de costas para o cumprimentante, para evitar o viés de aferição (não, porque se é para fazer a coisa séria, vamos fazê-la). Outro problema a ser evitado é o viés de confundimento, que é quando o sujeito cumprimenta o participante achando que é outra pessoa. Não vale. Mais polêmica. Manda uns amendoinzinhos.
O “fora” desclassifica da competição naquele dia. Consiste no aceno do competidor (mais ou menos explícito, não importa) e não obtenção de resposta. Se o cumprimentado fizer cara de “que que é isso, tá louco?”, o gancho é para toda a temporada. Nunca se sabe, sempre tem os espertinhos...
A premiação também fica a cargo do dono do bar, maior beneficiado. Poderíamos dizer que é o “cartola” do jogo. Pode ser uma porção extra de queijo no palito ou uma prorrogada no fiado. Mas cuidado. Como ele pode ter interesses escusos, vale a pena uma conferida na idoneidade do camarada. Caso a mesa de bilhar seja novinha em folha, desconfie. Paninho de estopa também: pintou Perfex, nada feito.
Último detalhe: as regras acima são sigilosas, de acesso proibido aos não-participantes. Conheço uns estraga-prazeres que deixariam de cumprimentar o próprio irmão no banquinho só para sacanear o coitado. Ou, o que é pior, por causa de meia-dúzia de polentinha frita.