Um Macaco Fonia

Caríssimas Baratas

A clonagem apareceu para comprovar uma realidade que Nostradamus falhou em prever: os homens estão se tornando cada vez mais obsoletos. Digo isto com profunda dor n’alma, por motivos óbvios. Mas as evidências estão todas aí. Duvida?
Verifique então o comportamento de uma mulher em qualquer local público. Vamos tomar como exemplo um restaurante. A nossa mulher-exemplo está sentada, com outras pessoas à mesa. Adentram ao restaurante mais quatro pessoas: dois homens e duas mulheres. As mulheres se separam para, digamos, ir ao toalete. Verifique o comportamento da nossa cobaia. Para onde foi direcionado o seu olhar? Em pelo menos noventa por cento dos casos, para a dupla feminina. Aí vem a pergunta: por que? Se perguntado o motivo, a resposta deverá ser algo como: para apreciar (criticar) seus vestidos, sapatos, bolsas, etc., ou para analisar (criticar) os seus corpos ou maneira de andar, ou ainda seus cabelos ou maquiagens.
Agora volte a fita e observe o comportamento dos homens-cobaia na mesma situação. De novo, em mais de noventa por cento dos casos (se as suas mulheres deixarem), irão olhar para a dupla feminina. Lógico que, se questionados, irão responder (se suas mulheres deixarem) que os motivos são totalmente outros, ainda que alguns poucos possam ter realmente se encantado com um determinado vestido, bolsa ou maquiagem. De acordo com esta observação, constatamos que, exceto por cerca de dez por cento da população adulta, poderiam os homens entrar em qualquer recinto vestidos apenas com uma singela gravata (sem nada por baixo), que ainda assim dificilmente seriam muito notados. Ainda não fiz o teste: não uso gravatas.
Ainda com o mesmo exemplo, pergunte para as mulheres do referido restaurante qual foi o motivo que as levaram a se vestir de uma determinada forma. A resposta deverá ser: para se sentirem bem com elas mesmas. Pergunte agora aos homens. Resposta: para impressionar a mulherada!
Viu?
Podemos então concluir que, com exceção de algumas funções condenadas à extinção, as mulheres se bastam totalmente. Não devemos nos enganar quando as vemos compenetradas nas lojas, suando em academias ou se torturando em salões de beleza. Nem sequer passa pelas suas cabeças a intenção de nos agradar. Claramente a questão toda se resume a uma palavra: competitividade. Essa é a verdadeira força motriz da sociedade. As mulheres envidam seus esforços para vencerem umas as outras, só isso. Mas e os homens que as acompanham?
Conformemo-nos com a posição de troféus. Com posição intermediária entre um diploma na parede e uma bela tornozeleira ou uma bolsa da moda. Sim, porque todos os homens são dotados de um sistema testosterônico-adrenalítico-sei-lá-mais-o-quê que lhes entorpece o cérebro, embotando o raciocínio ao ver uma mulher bonita ou atraente (estou falando dos homens machos, aqueles verdadeiramente testosterônicos-adrenalíticos-não-sei- mais-o-quê). Sistema que os fazem parecer mais fortes, mais bonitos, mais capazes, mais... Sei lá, talvez mais bobos, somente.
Portanto, rapaziada, unamos forças. Nós e as baratas. Sim, as baratas! Por que outro motivo teriam elas sobrevivido incólumes desde o início da civilização, senão para preservar nossa parca função social?
Só devemos ter o cuidado de exterminar machos e fêmeas na mesma proporção, para a manutenção das espécies (a nossa e a delas, as baratas). Como saber a diferença? Observe-as em um restaurante. Quando adentrar um casal de baratas, verifique o comportamento da barata-fêmea...


 
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