Falando Daquilo, com Dáblio Steinenberg
(Capítulo de Hoje: Perversas)
Elas certamente vão falar que não, que nossa, que coisa mais absurda, que onde já se viu, mas uma coisa é certa:
Toda mulher – inclusive, ai, a mulher do Freitas! - sonha em ter seus seios furiosamente massageados ao mesmo tempo em que se rasga o seu melhor vestido de noite (desde que se compre outro - de preferência aquele bordô, lembra, de alcinha fina, com aplique, decotado nas costas que nós vimos na vitrine na entrada do Shopping Itanhaém?) numa volúpia de paixão e de desejo.
Os únicos dois pequenos problemas consistem em se descobrir:
1) Quem é o homem certo pra isso (que quase nunca é quem se atreve a propor).
2) O lugar apropriado. (velórios e filas de supermercado não costumam ser boas opções, pelo menos não na primeira tentativa).
Pois é. Aquela conversa de um romance, do antiquado jantar a luz de velas caríssimo, do abrir a porta do carro (e que por isso você se despedia do seu querido Fusca, porque aquilo não era exatamente um carro para se abrir a porta, e ainda fazia um enorme esforço para comprar um Corcel II em 24 prestações), do primeiro pegar carinhosamente na mão no primeiro encontro, tudo aquilo era conversa, claro, pra boi dormir.
E quem dormia era você, querido bovino, achando que aquela quase impoluta dama ali ao seu lado dormia satisfeita dos seus (e quem disse que eram seus?) desejos.
Então, meu caro telespectador. O que você faz aí, pensando? Reaja!
Acorde a sua parceira (e daí que são 3 da manhã e amanhã ela tem que levar seus filhos à escola às sete?). Tire os bobes da sua cabeça. Dê-lhe um enxaguante bucal. Feche um olho (não, melhor feche os dois) para aquelas pálpebras inchadas que a fazem parecer com um sapo atropelado no asfalto. Também você faça algum sacrifício: desvire a sua cueca. Pronto.
O clima está formado para um novo tempo na sua relação.
Nada de dizer que a ama ou bobagens deste tipo. Lasque-lhe um beijo. Espera! Isso foi um beijo? Falei “lasque-lhe”! Nada que se lasca se faz assim, dessa forma pusilânime, meu Deus!
Tente outra coisa. Morda alguma coisa dela. A ponta do criado-mudo, por exemplo, causará forte impressão (pelo menos no criado-mudo). O que? Ainda não se sente suficientemente preparado?
É o quê?
Não precisava ter falado assim do seu antigo Fusca de rodas com faixas brancas, estofamento de curvin e calotas cromadas? Te fez lembrar do Adílson e do Bola, no tempo em que vocês saíam pra pegar a mulherada? Não pegava nada, né? Mas ainda assim vocês saíam, religiosamente, quase todas as noites?
Volta dormir, volta.
Afinal, já são pra lá de 3 da madruga, e amanhã tua esposa tem que levar a criançada na escola.
Perguntas e críticas, acesse dáblio, dáblio, dáblio, ponto DablioSteinenberg (tudo junto) ponto com, ponto G ®.
Toda mulher – inclusive, ai, a mulher do Freitas! - sonha em ter seus seios furiosamente massageados ao mesmo tempo em que se rasga o seu melhor vestido de noite (desde que se compre outro - de preferência aquele bordô, lembra, de alcinha fina, com aplique, decotado nas costas que nós vimos na vitrine na entrada do Shopping Itanhaém?) numa volúpia de paixão e de desejo.
Os únicos dois pequenos problemas consistem em se descobrir:
1) Quem é o homem certo pra isso (que quase nunca é quem se atreve a propor).
2) O lugar apropriado. (velórios e filas de supermercado não costumam ser boas opções, pelo menos não na primeira tentativa).
Pois é. Aquela conversa de um romance, do antiquado jantar a luz de velas caríssimo, do abrir a porta do carro (e que por isso você se despedia do seu querido Fusca, porque aquilo não era exatamente um carro para se abrir a porta, e ainda fazia um enorme esforço para comprar um Corcel II em 24 prestações), do primeiro pegar carinhosamente na mão no primeiro encontro, tudo aquilo era conversa, claro, pra boi dormir.
E quem dormia era você, querido bovino, achando que aquela quase impoluta dama ali ao seu lado dormia satisfeita dos seus (e quem disse que eram seus?) desejos.
Então, meu caro telespectador. O que você faz aí, pensando? Reaja!
Acorde a sua parceira (e daí que são 3 da manhã e amanhã ela tem que levar seus filhos à escola às sete?). Tire os bobes da sua cabeça. Dê-lhe um enxaguante bucal. Feche um olho (não, melhor feche os dois) para aquelas pálpebras inchadas que a fazem parecer com um sapo atropelado no asfalto. Também você faça algum sacrifício: desvire a sua cueca. Pronto.
O clima está formado para um novo tempo na sua relação.
Nada de dizer que a ama ou bobagens deste tipo. Lasque-lhe um beijo. Espera! Isso foi um beijo? Falei “lasque-lhe”! Nada que se lasca se faz assim, dessa forma pusilânime, meu Deus!
Tente outra coisa. Morda alguma coisa dela. A ponta do criado-mudo, por exemplo, causará forte impressão (pelo menos no criado-mudo). O que? Ainda não se sente suficientemente preparado?
É o quê?
Não precisava ter falado assim do seu antigo Fusca de rodas com faixas brancas, estofamento de curvin e calotas cromadas? Te fez lembrar do Adílson e do Bola, no tempo em que vocês saíam pra pegar a mulherada? Não pegava nada, né? Mas ainda assim vocês saíam, religiosamente, quase todas as noites?
Volta dormir, volta.
Afinal, já são pra lá de 3 da madruga, e amanhã tua esposa tem que levar a criançada na escola.
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